*Aviso axs leitorxs: o texto que virá a seguir contém palavras de baixo calão, as quais não pude evitar mencionar.
O título desse texto parece meio
acadêmico demais né? Mas é que lembrei dia desses de um episódio que
ocorreu comigo no Orkut (que descanse em paz), na época em que este
ainda era a rede social favorita de quase todo mundo…
Tudo
começou numa noite em que postei umas fotos de quando eu, feliz e
contente, estive numa emissora de rádio aqui de Sampa para comemorar o
Dia Mundial do Rock. Eram fotos com os locutores, fotos do estúdio,
fotos minhas papagaiando ao lado dos instrumentos, fotos com os meus
amigos e com os músicos… Enfim, foi divertido à beça. O meu “grande
problema” começou com a descrição do álbum: “dia foda”.
Esse título rendeu um sonoro: “que coisa
feia, isso não fica bem para uma mocinha de família como você”, num
comentário vindo de uma pessoa que sempre disse gostar de mim como
filha. A princípio, pensei que era um daqueles sermões que, de
brincadeira, as pessoas fazem umas com as outras. Até que a tal pessoa
veio falar comigo seriamente. Isso mesmo, falar seriamente sobre o
problema da minha boca suja.
Daí que eu acabei me sentindo mal.
Fiquei com vergonha do que eu postei e essa vergonha foi tanta, que
acabei apagando o álbum todo. Deixei de compartilhar os registros de um
dia incrível que tive por conta de quatro letrinhas que juntas, seriam
impronunciáveis para uma “moça de bem” como eu. E ainda por cima, pedi
desculpas para a pessoa. Mesmo sabendo que aquele espaço era meu.
Naquela época eu ainda não sabia que não
existem discursos neutros. Todos eles carregam alguma ideologia, algo
subliminar que as vezes não percebemos porque já está introjetado em
nossa cultura e em nossos valores. A mensagem por trás do recado que
aquela pessoa me deu era, basicamente: “por ser mulher, você deve ter
cuidado com o que diz. É feio mulher que fala o que quer. Deixe os
palavrões para os homens, que são brutos por natureza e precisam
extravasar.”
Se eu fosse homem seria bem difícil ouvir
algo do tipo. É que proferir sonoros palavrões não combina com mocinhas
como eu. Gente como eu não sente raiva, não se empolga com nada, não
mete o dedão do pé com tudo numa quina de mesa. Gente como eu só deveria
sorrir e falar sobre coelhos, maquiagem, namorado, cores de cortina…
Não que eu defenda o uso das chamadas palavras de baixo calão em todas
as situações de comunicação, mas me parece um tanto quanto obtuso
censurar a todo custo o seu uso. Principalmente se quem usar for mulher.
Outra coisa: já repararam como nosso
léxico é machista também? Tomemos como exemplo o caralho. Caralho remete
ao pênis e é um palavrão bem “popular”. Podemos usá-lo em momentos de
raiva ( caralho, perdi minha chave!); de alegria ( passei no vestibular,
caralho!); para enaltecer alguma coisa (aquele filme é do caralho!)…
Vocês já imaginaram trocar esse caralho por buceta? Estranhariam? Por
que será que embucetar ( de modo chulo) quer dizer que algo
complicou? Se a gente parasse para analisar vários termos chulos,
certamente perceberíamos muitos outros exemplos.
Ah, a quem possa interessar… Hoje, a tal
pessoa que me considerava filha e dizia se preocupar tanto comigo
provavelmente não lembra mais que eu existo. Não guardo ressentimento
algum, espero que elx esteja bem e feliz. Mesmo sem nunca (duvido) ter
falado um palavrão.
O melhor video do ano
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=6EYmKAs7mzc
Comissão da Verdade SP terá audiência sobre relação FIESP e Consulado dos EUA com a ditadura
A
Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” convida para uma
audiência pública na qual irá apresentar documentos oficiais da ditadura
militar, encontrados no Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde há
indícios de relações entre membros da Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (FIESP) e do Consulado dos Estados Unidos com os órgãos de repressão da
ditadura militar (1964-1985). A audiência ocorrerá no dia 18 de fevereiro de
2013, a partir das 14 horas, no Auditório Paulo Kobayashi na Assembléia
Legislativa de São Paulo.
Contamos
com a sua presença.
Audiência
Pública:
Relação
entre FIESP e Consulado dos EUA com ditadura militar
Data:
18/02, segunda-feira, 14h.
Local:
Auditório Paulo Kobayashi, Piso Monumental - Assembleia Legislativa de São
Paulo (Alesp). Avenida Pedro Álvares de Cabral, 201 – Ibirapuera.
Realização:
Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”
AUDIÊNCIAS
PÚBLICAS PROGRAMADAS PARA FEVEREIRO
Acompanhe
a Programação das Audiências Públicas que serão realizadas pela Comissão da
Verdade de SP no mês de fevereiro. Todas as audiências serão realizadas na
Assembleia Legislativa de SP.
19/02,
terça-feira, 10h - Caso Aylton Mortati - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)
20/02,
quarta-feira, 15h - Caso Fernando Santa Cruz - Auditório Paulo Kobayashi (Piso
Monumental)
21/02,
quinta-feira, 10h - Caso Edgar Aquino Duarte - Auditório Teotônio Vilela (1º
andar)
21/02,
quinta-feira, 14h - Caso Dênis Casemiro - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)
25/02,
segunda-feira, 10h - Casos Ablilio Clemente Filho e Aluísio Palhano Pedreira
Ferreira - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)
26/02,
terça-feira, 10h - Casos Honestino Monteiro Guimarães, José Maria Ferreira
Araújo e Paulo Stuart Wright - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)
27/02,
quarta-feira, 10h - Casos Luiz Almeida Araújo, Issami Nakamura Okano -
Auditório Teotônio Vilela (1º andar)
28/02,
quinta-feira, a partir das 10h - Casos Davi Capistrano, Elson Costa, Hiram de
Lima Pereira, João Massena Melo, José Montenegro de Lima, José Roman, Luiz
Ignácio Maranhão Filho, Nestor Vera e Walter de Souza Ribeiro - Auditório
Teotônio Vilela (1º andar)
COMISSÃO
DA VERDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO “RUBENS PAIVA”
(55
11) 3886-6227 / 3886-6228
contato@comissaodaverdadesp.org.br
Avenida
Pedro Álvares de Cabral, 201, piso Monumental – Ibirapuera - CEP 04097-900 – São Paulo / SP.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=nUDIoN-_Hxs
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=nUDIoN-_Hxs
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