Sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada…
#LuzNasMulheres
Enquanto muitas mulheres foram
presenteadas pelo cinismo com rosas e chocolates no 8 de Março, outras
sequer são vistas como mulheres e passaram apenas mais um dia e noite à
margem de tudo. A única igualdade das mulheres em situação de rua com as
demais é a violência. Esses seres invisíveis só são vistos como
mulheres na hora do estupro. Para elas as leis não se aplicam, exceto
para criminalizar.
SUA VIDA É SUA CASA
Quase quinze mil pessoas habitam as ruas
da cidade de São Paulo. Na região central contam-se 505 moradoras em
situação de rua. O único direito que possuem é o de viver: viver sem uma
moradia – é a contradição da grande cidade. E nos perguntamos: Como
incluir as mulheres em condição de rua na cidade? Sem ter como morar,
sofrem todo o tipo de violência: tem elas usado a Lei Maria da Penha?
Quais as perspectivas que elas teriam? Estar em condição de rua, é
reflexo do processo de urbanização excludente desse modelo de cidade?
Desejei que as mulheres que
observei ao caminhar e foram fotografadas, pudessem ter me visto. Quem
sabe, poderia estabelecer algum diálogo: saber nome, idade e a própria
história de cada uma delas..
*Antonio Miotto
(Toni) é um paulistano que há 47 anos transita quase que por toda a
cidade, historiador por formação, e abraçado profissionalmente a uma
lente como giz. Um atento observador social caminhando e pedalando na
megacidade com uma câmera na mão, que acredita na integração do sujeito
com o seu contexto social.